Ser Alumni

Se estivesse no dicionário, certamente explicitava que se trata do conjunto dos alunos desta casa. Mas, com efeito, o que nos torna ISPIANOS?

Seguirmos, quase religiosamente, com poucas variações, uma rotina comum, quase como cultura institucional? Passarmos mais horas neste edifício, que é quase como um pequeno bairro, do que na nossa própria casa?

Há um je ne sais quoi associado a SER ISPIANO. Até porque somos imensos, todos distintos e únicos. O que é, então, ser ISPIANO? O cerne da questão está numa palavra que faz parte integrante daquilo que somos: uma família. De tudo, menos de sangue. Uma família que, como outras, partilha de uma rotina mais ou menos comum, que vive num edifício várias horas, todos os dias. Que se farta de uns e de outros, que se cansa, que vai ficando sem membros, que desaparecem aos poucos ou que até voltam para visitar. Que ralha e se queixa e reclama.

Mas o que nos torna, de facto, uma família é que, apesar de tudo isto, esta família, a nossa, também se une em alegria ou tristeza, também chora a perda de um de nós, também se diverte e também vai ao rubro quando Portugal ganha.

E imaginem só quantas pessoas, desde que o ISPA existe já passaram por aqui? A lutar contra o sono que inevitavelmente assola nas primeiras horas da manhã ou a controlar a paciência com os alunos que dormem, ou bocejam rudemente…

E quantas virão, depois de nós?
Alunos, professores, funcionários que por cá passam e passarão, sentindo-se em casa e que deixam saudade a quem fica. E, sem exceção, todos são ISPIANOS.

Quando cá chegamos ou estamos perdidos, sem saber o que vamos ser e para onde vamos, ou com certezas sólidas de tudo isso. Quando de cá saímos, podemos ter mudado de ideias ou continuar incertos e perdidos. Mas é bom lembrar que, às vezes, o próprio caminho é mais importante que o destino. E, neste caminho, tenha mil e uma encruzilhadas ou seja uma estrada linear e segura, MESMO sem certezas de para onde vamos ou como vamos, todos temos uma certeza: de que, cá dentro, somos ISPIANOS.

E isso, ninguém nos tira.

Diogo Pereira
ISPIANO nº 17964