MATALANA (MOÇAMBIQUE)
Artista profissional desde 1959, iniciou a sua carreira artística com o apoio do pintor e
biólogo Augusto Cabral e do arquiteto Miranda Guedes (Pancho Guedes). Em 1961 fez
a sua primeira exposição individual no Banco Nacional Ultramarino. Em 1963, publicou
alguns dos seus poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia
Moderna Africana”. Esteve preso pela polícia colonial acusado de ligações à Frelimo
(1966 68). Veio para Lisboa em 1971 como bolseiro da Frente de Libertação de
Moçambique. Participou ativamente em diversas atividades e associações culturais em
Moçambique, particularmente na criação e dinamização do Centro Cultural de
Matalana de que foi presidente. Realizou mais de uma centena de exposições por mais
de uma dezena de países dos quatro continentes. Destaque para uma mostra individual
no edifício da ONU em Nova Iorque. Em 1986 realiza, no Museu Nacional de Artes em
Maputo, uma retrospetiva comemorativa dos seus 50 anos e 25 de atividade artística,
depois repetida em Viena (Áustria) e em Lisboa (SNBA, 1989). Realizou diversos painéis
e murais para espaços públicos em Moçambique, África do Sul, EUA, Itália, Colômbia
e Brasil, além de um painel executado para a sede da UNESCO, em Paris (1997). Para
além dos seus painéis e murais, denota se também o trabalho em pintura, desenho,
aguarela, gravura, cerâmica, tapeçaria e escultura, em vários museus e galerias
públicas, bem como na vasta coleção do próprio e em outras coleções privadas,
espalhadas por inúmeras partes do mundo. Nos últimos 20 anos da sua vida esteve
ligado ao ISPA, que lhe dedicou em 2004, uma importante retrospetiva, publicando um
completo catálogo e uma edição da sua poesia. Malangatana foi galardoado com a
medalha Nachingwea, pela sua contribuição para a cultura moçambicana, e investido
a 16 de fevereiro de 1995 Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1997,
a UNESCO nomeou o «Artista pela Paz» e foi lhe entregue o prémio Príncipe Claus.