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Cruzeiro Seixas – “Sem título”, sem data, Técnica Mista sobre papel, 25x25cm

Cruzeiro Seixas

AMADORA
Decano da arte portuguesa e uma das grandes figuras do surrealismo português e
europeu. A sua formação remonta ao tempo em que frequentou a Escola Artística
António Arroio, em Lisboa, onde conhece Mário Cesariny. Cesariny funda o grupo
dissidente “Os Surrealistas” e em 1948 Cruzeiro Seixas integra, juntamente com outros
membros, esta coletividade onde vem a desempenhar um papel fulcral no movimento
artístico português definido pelo autor como “uma filosofia insubstituível, uma das
mais belas janelas que se abriu ao homem”5. Participa em 1949 na 1ª exposição de
“Os Surrealistas”. Após se alistar na Marinha Mercante, o que lhe permitiu viajar por
África e Ásia, fixa se em Angola em 1951, onde realiza as primeiras exposições
individuais. Regressa a Portugal em 1964, onde expõe e trabalha como programador
artístico das galerias 111 e S. Mamede, em Lisboa. No seu percurso conta com múltiplas
exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro como por exemplo: a
sua participação na XIII Expo Internacional de Surrealismo, São Paulo; na Galeria
Bouma, Amesterdão; Le Surréalisme Portugais, em Montreal; Le Surréalisme et l’Amour
no Pavillion des Artes, Paris; Galeria de Arte Moderna em Lisboa; entre variadíssimas
outras exposições no qual fez parte. Entre prémios e distinções que recebeu, distingue se
uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1968, e o Prémio SocTip
“Artista do Ano”, em 1989. Em Junho de 2009 é agraciado com o grau de Grande Oficial
da Ordem Militar de Sant ́Iago de Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico. A
sua obra é amplamente conhecida e facilmente identificada, pela sua marca pessoal e
intransmissível, pelo carácter distintivo que imprime em todas as suas peças. É autor
de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia e
escultura. Cruzeiro Seixas mantinha contacto com membros do surrealismo interna
cional e colaborava nas revistas ligadas ao mesmo movimento. Está representado em
importantes coleções como MNAC, Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca Nacional
de Portugal, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda, Museu Machado
de Castro, Museu de Castelo Branco e Fundação António Prates.