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William James Center for Research no catálogo da Agência Espacial Europeia

24 de Novembro, 2021

O centro de investigação William James (WJCR) do Ispa integra a lista de 52 empresas e 30 centros de investigação com atividade relacionada com o setor espacial, presentes no catálogo Portugal Space – Overview of the Portuguese Space Ecosystem, apresentado pela Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space, durante a Cimeira Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA) no mês passado de novembro.

Pedro Quinteiro, professor auxiliar e investigador do Ispa, encabeçou a candidatura com dois projetos seus a decorrer na Antártida, financiados pelo Programa Polar Português e a Agência Espacial Portuguesa. “O Ispa e o WJCR estão habituados a estar na linha da frente de tudo o que se está a passar em termos de investigação”, destaca.

Resolveu candidatar o Instituto quando se apercebeu “que havia ali uma oportunidade de integrar projetos que tinham uma lógica de viver e trabalhar em ambientes isolados, confinados e extremos”. Para Quinteiro, “desenvolver investigação dentro de, ou para, contextos espaciais, permite contribuir essencialmente para o presente: há um universo de áreas profissionais que trabalham estes temas e condições – zonas polares, submarinos, plataformas petrolíferas, minas, bunkers… até nós, em nossa casa, durante a pandemia. O que conseguimos aprender de um ambiente poderá essencialmente ser transferido e aplicável para os restantes”.

No entanto, este tipo de investigação tem também os seus olhos no futuro: “a verdade é que a exploração espacial voltou a ganhar alguma vida. Há um trabalho muito forte da Agência Espacial Europeia para tornar o Espaço apetecível outra vez, porque promete vir a tornar-se uma trillion-dollar industry, na próxima década ou duas”.

O seu trabalho na Antártida está a dar frutos neste momento: “já produzimos um relatório que foi bem recebido pela comunidade polar e vai sair o nosso primeiro capítulo num livro, ainda este ano. Temos também dois artigos a serem desenvolvidos em paralelo para o ano que vem. Isto vem tudo no contexto do projeto PROPOLAR. Há duas semanas, soubemos que tivemos outro projeto da ESA aprovado, também na Antártida – uma continuação do HD-ICE, só que desta vez o que vamos fazer é testar uma intervenção de grupo. Neste momento somos nove pessoas, um pouco de toda a Europa, a trabalhar para este projeto. Esta intervenção de grupo irá tentar melhorar processos e perceber o quão eficaz realmente é; porque, se o for, a partir daí poderemos começar a fazer generalizações. Isto será aplicado em grupos que estão na base franco-italiana Concordia, a 4 mil metros de altitude, completamente isolada do mundo; a passar lá o Inverno, vivem durante 10 meses em que metade está completamente às escuras, e a outra sempre com luz. Em termos análogos com o espaço, pouco há melhor que isto”. 

A acrescentar, em 2023 Pedro Quinteiro irá organizar no Ispa um congresso para o grupo de trabalho das Ciências Sociais e Humanas da Sociedade Científica para a Investigação na Antártida. 

Catálogo da Portugal Space disponível em https://bit.ly/IspaWJspace21

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