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Motivar para a Matemática

11 de Novembro, 2021

O Ispa acolheu esta quinta-feira a reunião de trabalhos do projeto europeu MATHMot (Co-constructing mathematics motivation in primary education – A longitudinal study in six European countries), um projeto financiado pelo Norwegian Research Council. Este projeto baseia-se “no pressuposto de que um dos principais objetivos do ensino da Matemática deve ser a motivação das crianças para a aprendizagem desta disciplina a longo prazo”, como se refere no site do projeto.

O Professor Francisco Peixoto e a Professora Lourdes Mata, do Centro para a Investigação em Educação do Ispa, foram os anfitriões desta reunião, “a primeira em que o grupo está todo junto presencialmente”, devido à pandemia por Covid-19. Tendo sido iniciado em outubro de 2020, este momento é de especial importância porque “sempre importante nestes projetos é as pessoas conhecerem-se e estarem fisicamente umas com as outras — não apenas em frente ao monitor”.

No que toca a metas concretas para a reunião, o Professor Francisco Peixoto destaca que esta “visa sobretudo finalizar os instrumentos que vão ser utilizados no estudo longitudinal a iniciar em abril ou maio do próximo ano. No caso português irá envolver cerca de 50 escolas do 1.º ciclo, onde se pretende precisamente estudar a motivação dos estudantes do 3.º e 4.º ano de escolaridade acompanhando-os em dois anos letivos”.

O envolvimento de um total de 300 escolas divididas equitativamente pelos seis países participantes é “também uma das mais-valias do projeto; temos sistemas educativos que estão organizados de forma diferente em cada um dos países. Em Portugal dá-se uma quebra do 4.º para o 5.º ano de escolaridade: os miúdos abandonam a sua escola primária, muitas vezes o grupo de pares, e passam a ter vários professores. Temos o caso da Sérvia, que é semelhante ao português na medida em que deixam de ter apenas um professor e passam a ter vários, mas mantêm a mesma escola e o mesmo grupo de pares. Depois, temos países como a Finlândia ou a Noruega, que mantêm exatamente a mesma estrutura até ao 6.º ano de escolaridade e só aí se dá a quebra. Isto vai permitir saber se a forma como o sistema de ensino está organizado tem impacto, ou não, naquilo que é a motivação para a matemática e a aprendizagem da mesma por parte dos estudantes”.

A ambição do projeto não se fica por aqui. Segundo o Professor Francisco Peixoto, “iremos também recolher informação acerca daquilo que, por exemplo, são as crenças dos professores sobre a aprendizagem da matemática, as práticas pedagógicas que têm, recolheremos também informação relativamente ao ambiente familiar — vamos tentar perceber, de tudo isto, aquilo que de facto tem mais impacto na motivação dos estudantes. Em termos de outputs finais, pretendemos também a construção de uma espécie de manual de boas práticas no ensino da matemática nos anos iniciais de aprendizagem, que permitam aos professores ter iniciativas mais motivadoras para os estudantes”.

Saibam mais sobre o projeto em http://www.mathmot.com/

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