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Gün Semin

13 de Março, 2020

Distinguido com o Thomas M. Ostrom Award 2020

Abrindo a porta do seu gabinete, central ao William James Center for Research do ISPA, Gün Semin recebe-nos com um sorriso e pergunta se começaremos pela conversa ou com as fotografias. Sentamo-nos e começamos a falar do prestígio que este prémio traz; para Semin, é especialmente importante porque “até à data todos os galardoados foram não-Europeus à exceção de dois e, desses, um vive nos EUA e o outro viveu durante muito tempo; portanto é de facto excecional que alguém que não tenha trabalhado ou recebido formação lá seja distinguido”. Acrescenta ainda que “é relevante por duas razões: em primeiro, porque é alguém do ISPA a receber esta honra; não necessariamente por ser eu mas pela especial significância para o William James. Em segundo, é um reconhecimento do trabalho que tenho vindo a desenvolver em cognição social desde há muito tempo”. 

Diz que já não se lembra quando começou a trabalhar em cognição social mas que esse já não é o seu foco primário; hoje em dia Gün Semin lidera a parte do ISPA num projeto europeu de seis milhões e meio de euros, POTION, e diz que “está a ir muito bem. Não quero parecer extremamente auto-congratulatório mas estamos perfeitos em termos de timings, temos tudo feito e de forma impecável. Isto acontece porque temos objetivos claros, temos uma grande equipa e, enquanto o POTION só começou oficialmente a 01 de janeiro de 2019, o nosso trabalho começou em novembro de 2018 com o processo de recrutamento de pessoal, verificação dos protocolos, aprovação pelo comité de ética… E agora temos alguns resultados que são realmente fascinantes”.

Já recolheram amostras de suor de 120 doadores e têm perguntado como é que se sentem no final de cada sessão de filme (de um total de três por pessoa), para que seja possível medir o sentimento subjetivo de emoção – testar se os filmes têm de facto o efeito pretendido, o que tem acontecido. Gün diz que “o que é interessante é que o medo que os homens sentem quando expostos aos filmes parece estar relacionado com a quantidade de suor que produzem. Por outro lado, há indicadores de uma potencial relação também entre o suor produzido e a felicidade que sentem. Isto tem implicações curiosas na relação entre a perceção pessoal de cada um e as reações que advêm daí”.

Para o futuro, Semin pretende estudar “como é que a comunicação olfativa poderá estar envolvida na experiência de emoções – será potencialmente muito importante para entender como é que estas trabalham. Estamos a tentar desenvolver um modelo teórico para isso, e se o conseguirmos então acredito que teremos alcançado algo relevante”.

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