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ISOL(ARTE)MENTE

10 de Julho, 2020

Projeto de arte com alunos de psicologia em confinamento

A Professora Teresa Almeida Rocha lançou durante o período de quarentena, em conjunto com membros do Grupo de Intervenção pela Arte (GIPA) do qual é coordenadora, o projeto ISOL(ARTE)MENTE. Através da criação de peças de arte, procuraram unir os intervenientes do projeto a passar um tempo de confinamento menos complicado.

“Acho que através da arte isso se consegue fazer, porque se canalizam imensas energias e inquietações e, em conjunto, pudemo-nos todos interajudar. Os que aderiram mencionaram que, através da criação, conseguiram ultrapassar questões mais complicadas sobre o que é neste momento estarmos isolados e confinados”, explica a Professora. No entanto, refere que o “mais importante para mim foi não o resultado que vêem, mas aquilo que cada um pôde inquietar, mudar, alterar, para nos sentirmos unidos em prol de um objetivo comum”.

Ao abrir o site do projeto, deparamo-nos com um poema que, explica Almeida Rocha, é o cerne da questão do projeto: “com o poema central a estratégia foi perguntar o que foi este projeto. A Matilde, inspirada no que eles sentiam escreveu o poema, a alma do trabalho, que mostra o que foi para eles este percurso. Acho que nesta altura há a necessidade de aparecer a arte, os criativos, e é uma maneira de fazer face a esta situação.”

A Matilde Silva, aluna do MIP, foi uma das responsáveis por parte do GIPA ao leme desta aventura. Para ela, “quando as palavras não existem, existe a arte. Para mim fez todo o sentido e soube-me muito bem passar para o papel o meu projeto de quarentena. Foi não só introspeção, mas o conseguir deitar cá para fora o que estava guardado. Acho que os alunos também sentiram muito isso através da fotografia, vídeo, diferentes tipos de pintura…”

Juliana Ferraz, do 5º ano de Clínica, ecoa este sentimento, apesar de ter estado a cargo da criação e gestão do site e das reuniões: “foi bastante importante termos estes momentos de partilhas, de reflexão sobre obras e criações artísticas. Poder estar em conjunto com os outros nestes momentos, acho que foi o maior impacto que teve.”

Há detalhes neste projeto que podem passar mais despercebidos, no entanto, como explica a Professora Almeida Rocha: “não só através das obras em si, mas também dos títulos das mesmas; se forem atentos, fomos discretos na mensagem que queremos passar – mas foi sempre uma de esperança, nesta altura, que alguma coisa mudaria para melhor.” Para Matilde, “foi uma maneira de nos conseguirmos soltar, porque este tempo a mais em casa consegue fazer-nos sentir numa prisão e o projeto transformou isso numa maneira de nos conhecermos a nós próprios através da arte e é isso que eu espero no fundo que passe: que seja a solução. É a mensagem que eu espero passar: quando não parece haver solução, há a arte.”

Nas palavras da Juliana, “a arte é uma parte importante do ser humano: não precisamos de ser grandes pintores, grandes artistas, de ter grande técnica; precisamos sim, de nos envolver num projeto e entregarmo-nos de corpo e alma à arte – concerteza irá sair algo bonito, verdadeiro e significativo à maneira de cada um. No fundo, trago esta esperança de que possam haver mais projetos como este, que envolvam os alunos de Psicologia especificamente, que tanto têm a contribuir neste aspeto mais artístico, podendo ser uma vertente interessante a ser explorada no futuro.”  

Saiba mais sobre este projeto aqui.

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