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Irá ser inaugurada a exposição intitulada “O Caminho é um Regresso” no próximo dia 13 de janeiro de 2023 pelas 18h30, na Galeria Mário Casimiro do Ispa – Instituto Universitário.
Artista: Paulo Eduardo Campos
Curadoria: Rui Oliveira e Teresa Almeida Rocha
Galeria Mário Casimiro
Ispa – Instituto Universitário
Rua Jardim do Tabaco, 34 | 1149-041 Lisboa
A exposição tem entrada livre e está aberta ao público.
Horário: 9h30 às 20h30, de segunda a sexta-feira.
Exposição patente até dia 31 de março.
Para uma melhor experiência aconselha-se o uso de auriculares no seu telemóvel.
• Poemas de Paulo Eduardo Campos e voz de Fátima Belo
• Agradecimentos ao estúdio “o menino grava”
O caminho é um regresso _______________ luís filipe pereira
Eis uma exposição que nos convoca a retrogradar à arché no parapeito dos quatro elementos – terra, ar, água, fogo – fabulados pelos filósofos-poetas, os pré-socráticos, para desvendarem o uno na raiz do diverso, as mães do Ser, aquém do experimentável pela ciência a sangue frio, bisturis e alicates. Ao invés, a medicina hipocrática centrava-se na seguinte tipologia: sanguíneo (ar), fleumático (água), colérico (fogo), bilioso (terra). Paulo Eduardo Campos revisita esta elementaridade cósmica a partir da metáfora do caminho que colige, afinal, essa cosmogónica matéria da existência viandante, corda estirada da harpa do mundo. Porém, o que nos dá a ver/ler não é o caminho destinado a uma meta: é trajectória e não trajecto: andarilhar a vau o rio de Heraclito para a descoberta em nós dos rizomas dos encontros e desencontros, o confluir da solidão e do que se lhe acrescenta. Paulo Eduardo Campos consegue-o no frescor da dizibilidade e da visibilidade, dos devires do poema em imagem e vice versa. Ademais: os poemas não são um exercício ecfrástico, pois não descrevem as fotografias. Enleiam-se ambos. Abraçam-se no tronco sibilino onde pousa a árvore húmida da carne, dos cabelos, dos véus, das viagens, dos vários rostos de partida e chegada. O caminho faz o caminhante. Este peregrina por dentro do sangue. O ir é um revolareao âmbito incomensurável do corpo. A fé perceptiva dos caminhantes é iluminação das essências incarnadas, terrestres. Fogo, água, ar manam dos cílios da terra. É desta que raiam os outros arqui-elementos da cosmologia do visível, da clepsidra que não mede a dimensão do caminho, o in itinere do corpo ou do sangue de passagem no coração. Paulo Eduardo Campos, o poeta, deambula por um sendeiro de palavras; Paulo Eduardo Campos, o fotógrafo, de obturador em riste, atravessa o tempo do chiaroscuro, devassa os afluentes do silêncio, descobre-nos caminhos,os por ondes que somos: caminhos dos que regressam do esquecimento para o afinarem em algum lugar dentro do corpo (Foto/Poema 01). Mesmo quando o caminho é feito a dois a luz não deixa de quebrar-se: assim é o corpo: sopro viscoso, polimorfo, tantos os possíveis de estar vivo. Por vezes o silêncio encostado a um muro, à masmorra do nunca dito (Foto/Poema 02). Outras, o corpo viaja para a waste land da sombra, para o osso do exílio, corpo-rio asfixiado nas margens, retrocede às fontes da noite, que precisa sair de si e confundir-se com o ar, que se despaisaja na amnésia, no sono da matéria, na desleixada evocação da infância prévia à percepção do caminho, ao eco das águas, à promessa: sei que ao acordar regresso/ao silêncio do mundo (Foto/Poema 03). É no pasmo da infância que é mais intenso o relâmpago azul que abre a multidão de atalhos, mãos luminosas que impelem o olhar até ao prodígio dos olhos. Ainda nenhum crisântemo queimado. Ainda ninguém falta à mesa do aniversário. É sem temor o salto que o corpo clama. Corpo em brasa guardando do fogo as palavras iniciais e todos os caminhos das buganvílias tingidas de vermelho (Foto/Poema 04). Diverso do deus da infância, o corpo alarga-se para lá do horizonte do visível onde emerge o deus da brevidade e a miséria do corpo ao encontro do sentido inaudito a pulsar no peito: apelo dum caminho interior que nos visita e nos oferece a terra prometida, o ar nos poros do fogo, a água tersa, talqualmente o da religiosa desejando prender o seu olhar no olhar de deus. Cela que liberta (Foto/Poema 05). Da Foto 06 à Foto 09 Paulo Eduardo Campos tresdobra a terra dura, ressequida, no ar que a dissemina, na água que é fogo no mar hormonal que arriba nos areais da razão despenteada. Sobre o corpo ruinoso, o poeta-fotógrafo ensina-nos que o sonho é a primícia de cada caminho e que pode transfigurar-se em punho aberto que devolva o rosto ao rosto de quem carece da manhã, de um gesto, para seguir caminho, porque a bondade é sempre o mesmo caminho (Foto/Poema 10). O caminho é despossessão, o levantar ferro do comodismo que faz tremer a terra a cada passo, corpo-pássaro aconchegado no vento, nómada em abandono, pois, no final, sobrarão os passos/a pisar a memória do vento (Foto/Poema 11). O eremita apenas transporta o essencial: o silêncio eólico, o pó nas sandálias e um cantil de barro para beber as sombras das nuvens (Foto/Poema 12). O caminheiro desvia-se das agulhas dos ponteiros, mergulha na ferida insalvável que é todo o espaço, que é todo o corpo que, em sangue, se vai redigindo (Foto/Poema 13). Termina este périplo fascinante, a um tempo existenciário e cosmológico, com a folhagem outonocendo os ossos do tempo (Foto/Poema 14).
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