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Exposição | A Fuga
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A cantora e compositora, Selma Uamusse, é a próxima convidado das Conversas no Divã.
A sessão será transmitida em direto no dia 31 de janeiro às 18h30 na página de Facebook do Ispa.
Emitidas quinzenalmente às terças-feiras das 18h30 às 19h30, as Conversas no Divã exploram vários temas das artes e da cultura através de conversas informais com escritores, encenadores, músicos, performers, atores e artistas visuais.
Guiados pelos professores Ana Cristina Silva e António Gonzalez, os convidados elaboram sobre o seu processo criativo e sobre como transformam, na sua intervenção artística, as áreas a que se dedicam.
Neste divã virtual e simbólico, haverá ainda lugar para associar livremente, trazer sonhos e lapsos freudianos, fazendo jus ao legado do criador da psicanálise.
Biografia:
Selma Uamusse é uma cantora moçambicana nascida em 1981 a viver em Portugal desde 1988. Canta profissionalmente desde adolescente tendo um percurso bastante diversificado na música.
Estudou no Hot Clube de Portugal e criou em nome próprio os projectos Souldivers, Selma Uamusse Nu Jazz Ensemble e Tributo a Nina Simone, onde colaborou com Ana Bacalhau, Rita Redshoes, Marcia,The Legendary Tigerman, Luisa Sobral, Elisa Rodrigues, Gospel Collective, entre outros. Participou em discos e espetáculos de diversos artistas como Samuel Úria, Medeiros/Lucas, You Cant Win Charlie Brown, Joana Barra Vaz, Moullinex, Orquestra Todos entre outros. No último ano emprestou também o corpo e voz a projectos de teatro (“Ruínas” com encenação de António Pires e “Passa-Porte” de André Amálio), cinema (“Cabaret Maxime” de Bruno Almeida e “Fogo” de Pedro Costa) e nas artes visuais (instalação de Angela Ferreira).
Em nome próprio, Selma Uamusse explora as raízes do seu país de origem, usando ritmos moçambicanos e letras em línguas nativas, com a utilização de instrumentos tradicionais como timbila e mbira, combinando tudo com electrónica e com outras referências que espelham as suas diversas influências.
O seu álbum de estreia, “Mati”, que significa “água” em Changana (uma das três línguas mais faladas em Moçambique), editado em 2018 pela Ao Sul do Mundo e distribuído pela Sony Music, foi amplamente elogiado pela crítica nacional, tendo sido apresentado em diversos e prestigiados palcos nacionais e internacionais, num tour com mais de 60 concertos, como são exemplo, o Rock in Rio (Portugal), Vodafone Mexefest (Portugal), FMM Sines (Portugal), Festival MED (Portugal), MiMO Amarante (Portugal), MaMA Paris (França) , MMM Maputo (Moçambique), MIL Lisboa (Portugal), SIM São Paulo (Brasil), Festival Back2black Rio de Janeiro (Brasil), Siesta Festival Gdansk (Polônia), Centro Galego de Arte Contemporânea Santiago de Compostela (Espanha), NY SummerStage no Central Park (EUA), Festival Crespo no Circo Voador (Brasil), Festival Atlantico em Philharmonie (Luxemburgo) e Akropolis Palace em Praga (República Tcheca).
Se há um encontro musical de Selma com Moçambique no seu primeiro disco, há igualmente um encontro espiritual com o continente africano. O primeiro disco de Selma Uamusse, produzido pelas mãos preciosas de Jori Collignon (dos Skip & Die), ouve-se como duas viagens simultâneas – uma geográfica, uma visita a Moçambique, onde a cantora se abastece de sons e partilha a sua identidade; e uma interior, num mapa espiritual que se vai descobrindo à medida que a música se infiltra em quem ouve. Em cada segundo, este aguardado disco de estreia de Selma produz um efeito hipnótico, entalando-nos entre passado e futuro, pertencendo ao ancestral e ao desbravador, criando uma música que não tem nome possível. Ou talvez tenha. Talvez se chame simplesmente Selma Uamusse.
Em 2020 lançou o seu segundo disco em nome próprio, “Liwoningo” (que significa luz em Chope, uma língua tradicional de Moçambique), produzido por Guilherme Kastrup, produtor premiado com um Grammy pelos álbuns “A Mulher do Fim do Mundo” e “Deus é mulher” da aclamada e também premiada Elza Soares, este é um disco que acentua o património imaterial Africano, de Moçambique, uma africanidade que continua a inspirar letras e melodias, mas que se mistura por esse mundo fora, em temas e arranjos, uns mais próximos da tradição do folclore, outros que vagueiam entre o electrónico, o rock, o afro-beat e o experimental, mantendo sempre como lugar comum a potência do ritmo, da língua ou das sonoridades africanas, abrindo espaço para outras influências, da música portuguesa e Brasileira.
“Liwoningo” conta com as incríveis participações da banda brasileira Bixiga 70, dos artistas moçambicanos Chenny Wa Gune, Milton Guli e Lenna Bahule e do Korista Mbye Ebrima da Gâmbia.
Selma Uamusse começou a desvendar um pouco daquilo que iria ser feito “Liwoningo” com os singles “No Guns” e “Hoyo Hoyo”. Temas que despertaram o interesse do público de tal forma, que em poucos dias esgotaram o concerto de antestreia do disco, nos Jardins da Gulbenkian.
O poderoso instrumento vocal e a genialidade performativa de Selma Uamusse levaram-na a brilhar nos mais diferentes géneros musicais, desde projetos como WrayGunn, Cacique’97, Gospel Collective ou Rodrigo Leão, sendo a sua versatilidade também reconhecida no teatro, cinema e artes visuais.
Em nome próprio, Selma Uamusse é bem mais do que uma colagem das aventuras artísticas que viveu. A sua música é um manifesto pela harmonia ao que nos rodeia, um olhar positivo sobre o mundo. Uma forma de luta e de esperança por uma sociedade mais livre, com mais amor. Características que vão além da música, como se viu em 2019 quando Selma, enquanto mentora e organizadora do movimento “Mão Dada a Moçambique”, reuniu mais de 50 artistas e figuras políticas que contribuíram com a sua voz e presença no evento de angariação de receitas, transmitido pela RTP, para combater a catástrofe humanitária resultante da passagem do ciclone Idai, em Moçambique.
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